terça-feira, 23 de dezembro de 2008

NATAL IDEAL

Minha tentativa de homenagear uma data que eu acho que deveria ser tão mais especial... ( E sim, eu não sou nem um pouquinho devoto da "Dona Igreja catoliquinha"!)

Silêncio e meditação por um dia.
Ânsia de vida chegando ao fim.
E Eu Repenso a dor e a alegria,
Em tudo que sucedeu,
Na vida de quem não morreu,
Repenso nos erros que cometi.

Hoje é outro o presente:
Deixar meu cristo nascer.
Quero ser-me verdadeiramente
E não mais andar a esmo,
Quero ser-me eu mesmo:
Lagarta, do casulo ao renascer!

Saciar meu sentimento,
Nova hóstia tomar!
Não mais aquele alimento,
que tomava em falsidade,
dos parasitas da verdade
de que aprendi a me enojar!

Hoje a vida se inverteu.
Tomou seu formato original
A espada para a terra verteu.
Transformou-se na tua cruz,
Aquela que o menino Jesus
Carrega desde o natal!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Camille plantou, Castro Alves regou.

Há certas contemplações
Que o olhar humano não pode suportar.
Vibrações além das cores;
Mirada além mar.

Há certas contemplações
Que a mão humana não pode conter.
Brisa suave da vida,
Tênue lembrança de viver.

Há certas contemplações
Que os sentidos não podem comportar.
Antes da vida, além da morte:
Existe vácuo para o pensar?

Há certas contemplações
Que a palavra não pode suportar.
O encanto do que não se viu,
Não se consegue falar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Das coisas que deveriam ser ditas na transição dos tempos

Querer dizer tanto, e ter tanto a dizer, ver a vida em suas curvas mas só expressá-la por palavras duras e diretas? Se os meus olhos parecem querer ver o mundo além da visão, no meu punho, o falcão parece adormecido. A dureza do concreto tem me atado no meu bem mais precioso. Pois que as mãos não foram feitas somente para escrita. Elas são a metáfora do poder de Deus! Por elas eu transformo o mundo; por elas eu sinto o mundo.

Quando menos espero, saem palavras em linhas retas; versos em forma de prosa. Porque as palavras que devem ser ditas não podem esperar que o meu filtro se cure. Se minha capacidade de síntese não se expressa, as verdades além do tempo encontram uma forma de se dizer.

Quais seriam as palavras a serem ditas, que já não foram ditas?! As TUAS palavras em Verdade e Vida! Porque somente a experiência projeta o espírito. O que deve ser dito, a palavra por excelência, o verbo divino é o meu próprio punho! Este que jaz (mesmo que temporariamente) para o meu livro, mas que cita o livro da vida.

Esta página, por meio da qual eu transmito uma mensagem, ainda não está escrita no meu livro da vida. Mas ela já faz parte de mim, porque eu a desejo! E ao reler as páginas de minha breve existência, vejo que a felicidade que busco se concretiza a cada passo (Então eu vejo que meu verdadeiro verbo já está a se desenhar). Mesmo que meus olhos fiquem mancos, a vida tem se encarregado de me dar um rumo certo novamente (mesmo que seja a duras penas). O verdadeiro agradecimento? Eu retribuo não com o que eu escrevo, pois que todas as palavras são vãs, mas com o meu corpo, que se apronta para o grande sacrifício do EU.

No infinito, o desejo se desintegra frente ao ideal! O que eu quero, o que eu sinto já não mais importa! E jamais deveria haver resistência para o inevitável! Todos obedecem a única lei do universo: ORDEM!

Minha tensão frente à minha incapacidade de poetizar tais verdades (entendendo que é em síntese que a verdade do universo se manifesta) parece se esvair. O vento da verdade que sinto ainda se mostra para mim enquanto brisa quase imperceptível! E os meus olhos, que são o princípio da minha poesia, ainda engatinham para enxergar o que é aéreo!

Conclusão de que no meu livro da vida a minha poética é sim das coisas que já experienciei. Os meus desejos de transcender ainda precisam se chocar em mim, por meio de duras palavras!

Minha escrita é egoísta e é tratamento (ou veneno homeopático) para o meu EU! Mas qual seria aquele habitante desta terra, cujas leis do universo não se aplicariam a ele?!Se minhas palavras são para o EU, quem se atreveria a ser “ele”?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Palavras Vãs

Foi quando eu escutei ontem "Enjoy the silence": Words are very unnecessary...


Todas as palavras são desnecessárias
Quando se tem olhos de ver
E ouvidos de ouvir.

E se eu escrevo,
É para que tu possas escrever
No teu livro da vida,
Não mais com palavras vãs,
Ou com citações das experiências alheias,
Mas com sangue e gozo!

Eu sou aquela faísca
A ensejar a tua própria luz!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A primeira mirada!

Queria postar pela primeira vez... Algo que me mostrasse, de maneira simples e despretensiosa, mas original.

Eis a minha mirada, meu modo de ver a vida...

Ao caminhar por entre a cidade acesa
Um viajante se põe a pensar
No que seria de sua vida
Se no tempo pudesse voltar.

Faria tudo diferente?
Mudaria um pouco somente?
Ou deixaria tudo como está,
Por saber-se impotente?

Continuava a caminhar
Por entre a larga avenida,
Os pensamentos a entrecortar;
A bela visão da fonte fôra perdida.

Uma praça bela se abria,
Mas a visão não viu.
Valeu à pena pensar
No que não se pode transformar?

Tropeçou e caiu
Na bela fonte, que se quebrou.
Agora já não mais pode vê-la,
Porque o momento já passou.
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