segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Das coisas que deveriam ser ditas na transição dos tempos

Querer dizer tanto, e ter tanto a dizer, ver a vida em suas curvas mas só expressá-la por palavras duras e diretas? Se os meus olhos parecem querer ver o mundo além da visão, no meu punho, o falcão parece adormecido. A dureza do concreto tem me atado no meu bem mais precioso. Pois que as mãos não foram feitas somente para escrita. Elas são a metáfora do poder de Deus! Por elas eu transformo o mundo; por elas eu sinto o mundo.

Quando menos espero, saem palavras em linhas retas; versos em forma de prosa. Porque as palavras que devem ser ditas não podem esperar que o meu filtro se cure. Se minha capacidade de síntese não se expressa, as verdades além do tempo encontram uma forma de se dizer.

Quais seriam as palavras a serem ditas, que já não foram ditas?! As TUAS palavras em Verdade e Vida! Porque somente a experiência projeta o espírito. O que deve ser dito, a palavra por excelência, o verbo divino é o meu próprio punho! Este que jaz (mesmo que temporariamente) para o meu livro, mas que cita o livro da vida.

Esta página, por meio da qual eu transmito uma mensagem, ainda não está escrita no meu livro da vida. Mas ela já faz parte de mim, porque eu a desejo! E ao reler as páginas de minha breve existência, vejo que a felicidade que busco se concretiza a cada passo (Então eu vejo que meu verdadeiro verbo já está a se desenhar). Mesmo que meus olhos fiquem mancos, a vida tem se encarregado de me dar um rumo certo novamente (mesmo que seja a duras penas). O verdadeiro agradecimento? Eu retribuo não com o que eu escrevo, pois que todas as palavras são vãs, mas com o meu corpo, que se apronta para o grande sacrifício do EU.

No infinito, o desejo se desintegra frente ao ideal! O que eu quero, o que eu sinto já não mais importa! E jamais deveria haver resistência para o inevitável! Todos obedecem a única lei do universo: ORDEM!

Minha tensão frente à minha incapacidade de poetizar tais verdades (entendendo que é em síntese que a verdade do universo se manifesta) parece se esvair. O vento da verdade que sinto ainda se mostra para mim enquanto brisa quase imperceptível! E os meus olhos, que são o princípio da minha poesia, ainda engatinham para enxergar o que é aéreo!

Conclusão de que no meu livro da vida a minha poética é sim das coisas que já experienciei. Os meus desejos de transcender ainda precisam se chocar em mim, por meio de duras palavras!

Minha escrita é egoísta e é tratamento (ou veneno homeopático) para o meu EU! Mas qual seria aquele habitante desta terra, cujas leis do universo não se aplicariam a ele?!Se minhas palavras são para o EU, quem se atreveria a ser “ele”?

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